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domingo, 8 de março de 2015

EXCLUSIVA: RORATE CÆLI ENTREVISTOU O CARDEAL RAYMOND BURKE: Não ficou tema por cobrir nesta entrevista, e sua Eminência nos dedicou tempo com incrível generosidade.

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EXCLUSIVA: RORATE CÆLI ENTREVISTOU O CARDEAL BURKE
RORATE CÆLI - 2 março, 2015


Na semana passada, Rorate Caeli entrevistou por telefone o Cardeal Raymond Burke com relação a numerosos assuntos. Não ficou tema por cobrir nesta entrevista, e sua Eminência nos dedicou tempo com incrível generosidade. Demonstrou uma grande capacidade intelectual e também grande humildade. E não se pode deixar de reconhecer e apreciar sua preocupação pelos católicos tradicionais.
Nesta extensa entrevista, Sua eminência fala de temas  candentes da atualidade, como as ameaças das autoridades vaticanas a blogueiros; o crescente número de sacerdotes que se colocam sob a autoridade dele; o desmantelamento dos Franciscanos da Imaculada; como podem salvar sua alma os católicos tradicionais neste mundo moderno e conseguir que seus filhos recebam os sacramentos segundo o rito tradicional apesar dos bispos contrários à dita prática;la confusão diária que cria o Papa Francisco, e muitíssimo mais.

Esta entrevista se pode reproduzir em papel ou pela internet, com a condição de reconhecer a autoria de Rorate Caeli.



AUTORIDADES VATICANAS AMEAÇAM EM PROCESSAR OS BLOGUEIROS

Rorate Caeli: Muitas graças, Sua Eminência, por conceder-nos uma entrevista. Sendo o blog tradicionalista internacional que goza de mais audiência, estamos convencidos de que infundirá muita esperança em nossos leitores e aos católicos tradicionalistas de todo o mundo.
Primeira pergunta: Faz pouco o mundo da Tradição se viu sacudido pela notícia da ameaça por parte de dois funcionários do Vaticano a blogueiros e jornalistas adeptos da Tradição. Parece bem essa atitude? Crê que vamos  ver mais casos parecidos?

Card. Burke: A menos que o blogueiro tenha incorrido  em calúnia enlameando injustamente o bom nome de alguém, não creio por nada que os católicos devem se preocupar  com esses assuntos. Creio que é preciso colocar-se em contato com ele. Suponho que o blogueiro católico age de boa fé, e se há alguém na hierarquia que se tenha incomodado, a forma de abordá-lo seria dirigir-se primeiro à pessoa em questão e procurar resolver o assunto. Tanto Nosso Senhor no Evangelho como São Paulo na 1ª Epístola aos Coríntios nos ensinam a não levar nossas disputas ao foro civil, porque como católicos deveríamos ser capazes de resolver essas questões entre nós. (cf. Mt. 18,15; 1 Cor. 6,1-6)

 Resultado de imagem para Rorate Caeli entrevistó por teléfono al cardenal Raymond Burke

A CONFUSÃO GERADA PELO PAPA FRANCISCO

Rorate Caeli: Depois de oito anos com o Papa Bento XVI, o clero, os seculares e até os meios de comunicação estavam acostumados à clareza. Diante da confusão que procede das afirmações diárias do Papa Francisco, o Sínodo, etc., é melhor concentrar-se mais nos problemas da Igreja a nível local e da paróquia e na Tradição em vez de pedir orientação à Roma para os assuntos de cada dia?

Card. Burke: Sim, a mim me parece que, de fato, o próprio Francisco deu a entender isso. Por exemplo, em sua exortação apostólica Evangelii Gaudium afirma que não a considera magistério (nº. 16). Com Bento XVI tínhamos um mestre consumado que nos dava extensas catequeses sobre os temas mais variados. Agora  digo aos fiéis que, se o método de ensino do Papa Francisco lhes suscita confusão, o importante é se dirigir  ao catecismo e ao que sempre   ensinou a Igreja e ensinar isso; fomentar  a nível de paróquia começando pela própria família. Não podemos desperdiçar energias frustrando-nos por algo que consideramos que  deveria ser dado a nós e não nos é dado. Ao contrário, sabemos com segurança o que sempre  ensinou a Igreja, e temos que confiar nisso e centrar nossa atenção nisso.

COMUNHÃO PARA OS ADÚLTEROS E ATAQUES À DOUTRINA

Rorate Caeli: A propósito desse ensinamento e das notícias que nos chegam: faz pouco teve bastante ressonância a notícia de que Sua Eminência resistirá a todo ensinamento heterodoxo sobre o matrimônio, assim como  afirmou que os católicos devem se defender, o que nos leva a outra pergunta.  Qual deve ser a reação de um católico fiel no caso de ter uma novidade na disciplina em relação à proibição de dar a Sagrada Comunhão para divorciados e adúlteros casados em segundas núpcias?

Card. Burke: O que fiz foi responder  uma pergunta hipotética. Alguns  quiseram interpretar  como um ataque ao Papa Francisco, quando não  era isso nem muito mais. Foi uma pergunta hipotética que imaginei, e me limitei a dizer: “Não existe autoridade que possa ordenar-nos agir contra a verdade, e além disso, quando a verdade está em perigo temos que defendê-la.” Isso foi o que quis  dizer. Quando me perguntaram o que aconteceria se se aprovasse esse projeto, disse: “Pois não teremos outro remédio senão resistir. Esse é meu dever.”

Rorate Caeli: Como pode se defender  um católico fiel? Em sua casa? Em um blog?

Card Burke:  Creio que tanto na própria casa como na vida pessoal tem que se agarrar  à verdade da fé tal como se a conhece, não ficar calado, e dar a conhecer ao Santo Padre a profunda preocupação que se tem; que não se pode aceitar uma mudança no magistério da Igreja que equivaleria  alterar seus ensinamentos sobre a indissolubilidade do matrimônio. Parece-me que é muito importante expor a falsa dicotomia estabelecida por alguns que dizem: “Que seja, só  vamos mudar uma norma, não vamos   tocar na doutrina”. Porém se se altera uma norma da Igreja no que se refere receber a Sagrada Comunhão por parte dos que vivem em adultério, é indubitável que se está alterando a doutrina sobre o adultério. Afirmar que se pode viver em adultério e receber os sacramentos equivale a dizer que em certos casos o adultério é tolerável e até bom. É uma questão muito grave, e nós católicos temos que insistir  que uma norma eclesiástica não se pode mudar de um modo que na prática debilite nosso ensinamento com relação a uma das verdades mais fundamentais,  relativa ao matrimônio e à família.

OS BISPOS DISSIDENTES E O MOTU PROPRIO SUMMORUM PONTIFICUM

Rorate Caeli: Falemos de algo que está dentro de sua competência: como podemos cumprir a promessa e o mandato do Summorum Pontificum neste momento particular da história da Igreja? Qual papel cumpre o Direito Canônico para tornar possível que se possa celebrar a Missa Tradicional em cada paróquia?

Card. Burke: A lei segue sendo a mesma que com Bento XVI. Não   mudou. O documento que regulava sua implantação foi promulgou pela Comissão Pontifícia Ecclesia Dei. Tudo isso segue vigente e insta a que quando um grupo de fiéis desejar a Missa Tradicional seja   proporcionada a dita Missa.

Rorate Caeli: Atendo-nos a Summorum Pontificum, no caso de famílias com crianças que nunca  conheceram a Novus Ordo e cujo bispo não cumpra o ordenado pela Summorum Pontificum administrando-lhes a Confirmação conforme o rito tradicional, devem levar as ditas famílias com seus filhos para outra diocese ou para uma paróquia de jurisdição pessoal como por exemplo a da Fraternidade  de São Pedro para confirmá-los conforme o rito tradicional?

Card. Burke: Certamente têm direito de receber os sacramentos conforme o rito tradicional, na Forma Extraordinária. Se não podem fazer  na própria diocese, sem dúvida podem pedir ao seu pároco que acredite que a criança está pronta para receber a confirmação, e confirmá-lo em outro lugar onde for permitido.

O DESMANTELAMENTO DOS FRANCISCANOS DA IMACULADA

Rorate Caeli: Como sem dúvida já sabe, nosso blog  publicou artigos desalentadores e assustadores sobre o desmantelamento da ordem dos Franciscanos da Imaculada há coisa de um ano. Considera Vossa Eminência que o comissário Padre Volpi operou com justiça? O que pensa da declaração que fez nos tribunais na mediação sobre a família do fundador?

Card. Burke: A verdade é que careço de informação direta para emitir um juízo. Tenho que reconhecer que, de  fora, é evidente que o Padre Volpi  tomou umas medidas muito enérgicas e com muita rapidez. O parecer –eu também li a notícia–, teve que reconhecer que a acusação que tinha feito contra o Padre Stefano Manelli, fundador dos Frades da Imaculada, e sobre seus familiares, no sentido de ter feito uso indevido dos bens temporais dos frades, era falsa. Depois   é um assunto muito grave. Muitos frades se foram,  e deveria haver uma forma de resolver a situação evitando o colapso da ordem. Porque era uma ordem sólida, com numerosas vocações e que exerce grande quantidade de apostolados. Isso é o que me preocupa.

Rorate Caeli: Há informações, e para dizer a verdade nos chegam notícias diretas disso, de que sacerdotes da ordem fogem ou se escondem, tomando essas palavras da ordem atualmente submetida ao Padre Volpi. Também nos chegam notícias de bispos que acolhem   sacerdotes de dita ordem que buscam refúgio em suas dioceses. Animaria Vossa Eminência a esses outros prelados para fazerem o mesmo?

Card. Burke: Se há um sacerdote que deseja abandonar sua comunidade, e é um bom sacerdote, e não há motivos para que o bispo o rechace, a mim me parece que um bom bispo acolheria o tal sacerdote e procuraria ajudá-lo a incardinar-se em sua diocese. Existe um processo para isso e toma seu tempo. O sacerdote que deseja abandonar sua comunidade religiosa necessita que um bispo  o acolha. Onde haja um bispo que possa receber o dito sacerdote, eu creio que o fará gostosamente, porque ajuda  um bom sacerdote a seguir exercendo seu ministério.


SACERDOTES TRADICIONALISTAS SUFOCADOS PELOS BISPOS DISCORDANTES

Rorate Caeli: o que acredita Vossa Eminência que deve fazer um bom sacerdote que está sufocado por seu bispo? Sabemos de muitos, mesmo não dando  seu nome publicamente. Alguns não desempenham missão alguma neste momento, e vivem de donativos e da ajuda de familiares e amigos, outros se veem obrigados a se integrar  em grupos independentes. O que aconselha aos sacerdotes que simplesmente querem viver, pregar e dizer Missa como o faziam todos os sacerdotes antes do Concílio?

Card. Burke: Simplesmente os animaria a buscar um bispo receptivo que esteja disposto a ajudá-los se podem, ou, se ele mesmo não puder ajudá-los diretamente, lhes ajudasse a encontrar outro bispo que lhes permitisse levar uma vida sacerdotal digna. Isso é tudo o que se pode fazer. Então, também existe o recurso de dirigir-se à Congregação para o Clero. Se o sacerdote considera que foi tratado injustamente, pode solicitar à congregação que intervenha.

Rorate Caeli:  Há notícias  que para solucionar o problema que acabamos de comentar, poderia estar em vias da criação  uma administração apostólica para os sacerdotes e religiosos tradicionais. A administração poderia resolver muitos dos problemas que enfrentam para viver sua vocação atendo-se estritamente a Summorum Pontificum. Poderia Vossa Eminência comentar em qual etapa poderia estar o processo de criação da mencionada administração apostólica?

Card. Burke: É possível que se faça algo assim. Não tenho notícia de que se esteja fazendo nada nesse sentido. Pode ser que sim, mas não ouvi nada. Então poderia ser, e seria uma forma de ajudar a esses sacerdotes e aos fiéis distos para seguirem em comunhão com a Igreja.

 MAIS SACERDOTES ESTÃO SE COLOCANDO SOB A AUTORIDADE DO CARDEAL BURKE

Rorate Caeli: Com respeito à pergunta seguinte, é possível que Vossa Eminência tenha uma predisposição nesse sentido, mas poderia teoricamente a Soberana Ordem Militar de Malta funcionar como administração apostólica concedendo faculdades aos sacerdotes e religiosos tradicionais?

Card. Burke: A Soberana Ordem Militar de Malta, os Cavaleiros de São João de Jerusalém, têm sacerdotes incardinados. Porém os incardinou como ordem militar soberana, não como administração apostólica. A ordem conta com um prelado nomeado pelo Santo Padre que participa no governo da ordem. É claramente o legítimo superior de todos os sacerdotes incardinados na ordem. Neste momento estamos estudando a situação, porque temos recebido solicitações de outros sacerdotes que desejam se incardinar  na ordem. Mas é indubitável que  isso já foi feito antes, e não há motivo porque não se possa voltar a fazer,  se bem não em virtude da fundação de uma administração apostólica mas da própria natureza da ordem.

O CELIBATO SACERDOTAL

Rorate Caeli: Já tínhamos pensado fazer esta pergunta há uns meses quando começamos planejar esta entrevista, e ontem precisamente o Papa disse que o tema dos sacerdotes casados estava em sua agenda. Corre grave perigo  neste pontificado o celibato dos sacerdotes de rito latino?

Card. Burke: Seria gravíssimo, porque tem a ver com o exemplo do próprio Cristo, e a Igreja sempre  valorizou muitíssimo que seus sacerdotes imitem o exemplo de Cristo, também no celibato. Eu vi  essa notícia, mas não  pude verificá-la, se isso acontecer será gravíssimo. A questão já foi estudada no sínodo dos bispos dos finais dos anos sessenta, e no sínodo se reafirmou categoricamente o ensino da Igreja sobre o celibato dos clérigos. Não  chamo norma porque é algo que desde os primeiros séculos foi considerado pela Igreja como o mais adequado para os sacerdotes. É mais que uma norma, e portanto é muito difícil conceber que mude a norma.

ALENTO PARA OS CATÓLICOS TRADICIONAIS

Rorate Caeli: O que poderia dizer para animar os católicos tradicionais que se esforçam por salvar sua alma e a de seus filhos neste mundo moderno, às vezes sem ver nenhuma ajuda por parte de Roma?

Card. Burke: Com frequência, os que me escrevem expressando desalento por esse motivo ou pedindo orientação em uma situação que se faz muito angustiante, lhes digo que nos momentos como os atuais em que há certa confusão no governo da Igreja temos que empapar-nos mais que nunca do  ensinamento constante da Igreja, transmiti-la aos nossos filhos e afiançar o conhecimento desses ensinamentos em nossas paróquias e famílias. Nosso Senhñor nos   assegurou uma coisa: não nos disse que a Igreja não seria objeto de ataques, nem sequer internos, mas nos garantiu que as portas do Inferno nunca prevalecerão sobre ela. Quer dizer, que Satanás nunca poderá triunfar sobre a Igreja apesar de seus enganos. Devemos ter confiança nisso e tomar com grande alegria e determinação ensinando a fé ou dando testemunho apologético às almas que não entendem a fé ou ainda não pertencem à Igreja. Sabemos que as portas do Inferno não prevalecerão, mas no entanto nosso caminho é a Via Crucis, o da Cruz. E se temos que padecer por aquilo em que cremos, pelo que sabemos que é verdade, podemos abraçar o sofrimento sabendo que no final quem triunfe será Cristo. Será Ele quem finalmente vença com todas as forças do mal no mundo e  regenerará a nós e ao mundo restituindo-o ao Pai. Assim é como procuro animar os fiéis católicos. Creio que é importante também que os católicos tradicionalistas devotos se conheçam e apoiem mutuamente, que se ajudem uns aos outros para levar as cargas, como diz a Escritura. Devemos estar preparados para isso e ser conscientes de que pode haver famílias que sofram alguma dificuldade neste sentido, procurando estar o mais unidos possível.

HAVERIA UM CONCÍLIO VATICANO TERCEIRO?

Rorate Caeli: Graças. Só  nos resta umas poucas perguntas. Algumas notícias soltas mas de fontes confiáveis indicam que Francisco está considerando convocar um Concílio Vaticano Terceiro. Sabe Vossa Eminência algo sobre isso?

Card. Burke:    Não, em absoluto.

PROCEDIMENTO PARA ELEGER BISPOS

Rorate Caeli: Em geral, com Bento XVI as nomeações episcopais   nos Estados Unidos eram de tendência conservadora. Não era assim em toda  parte. Isto dá lugar a um claro distanciamento entre os sacerdotes e os fiéis da nova geração que são em boa medida conservadores e apegados ao verdadeiro catecismo, à moral católica e a uma liturgia reverente. Está Vossa Eminência a favor de uma nova orientação na hora de nomear bispos nos Estados Unidos  e outros países? Parece acertado o método atual de seleção de bispos?

Card. Burke: Eu diria que sim. Requer consultas, e não só  para outros bispos e sacerdotes da diocese, mas para os fiéis seculares. Além disso, sempre existe a possibilidade de que leigos a nível individual ou grupos de fiéis manifestem à Congregação para os Bispos ou ao núncio. Eu creio que o mais importante é fazer saber ao nuncio apostólico que quando se estiver pensando em nomear bispo para uma diocese há muitos fiéis católicos que têm umas necessidades particulares e expressar ditas necessidades.

MISSÃO ATUAL NA IGREJA

Rorate Caeli: Em que  está se concentrando principalmente Vossa Eminência nestes dias?

Card. Burke: Estou-me centrando mais do que nada na Soberana Ordem Militar de Malta. Estou ajudando o Grande Mestre no governo da Ordem, sobretudo na esfera espiritual. A Ordem tem uma dupla missão: a defesa da fé e a atenção aos pobres. São duas coisas que, francamente, andam de mãos dadas. Estou ajudando em assuntos relativos a estrutura da Ordem a fim de cumprir ambas finalidades com mais eficácia, mas também em assuntos que surgem inevitavelmente em toda organização católica com respeito à doutrina e a moral. E estou dedicando também tempo para estudar e escrever sobre questões importantes para a Igreja atual.

RESTAURAÇÃO DA IGREJA POR PARTE DOS TRADICIONALISTAS

Rorate Caeli: Crê que os católicos tradicionalistas assumirão um papel mais destacado no futuro na restauração da Igreja?

Card. Burke: Creio que sim. Cada vez conheço  mais famílias  firmemente católicas devotas da Missa tradicional, e creio que essas famílias terão cada vez mais influência nos tempos vindouros. Se essas famílias influem nas outras, está claro que cada vez o movimento terá mais impulso.

Rorate Caeli: Há algum outro aspecto que não tenhamos tratado e sobre o que  gostaria acrescentar algo?

Card. Burke: Simplesmente, eu gostaria de animar todos a colocar sua devoção  na Sagrada Liturgia, que constitui a máxima expressão de nossa fé católica, de nossa vida em Deus, e para que se dediquem   plenamente ao estudo do catecismo da Igreja Católica e o ensinamento da fé em seu lares e comunidades particulares. A Igreja tem sofrido terrivelmente nas últimas décadas por culpa de uma catequese tão deficiente que os fiéis –crianças, jovenes e inclusive adultos–, não conhecem sua fé, e é preciso falar disso porque ambas coisas vão de   mãos dadas. Quando conhecemos bem nossa fé, temos um vivo desejo de dar culto a Deus conforme  ela, e ao mesmo tempo o culto a Deus nos infunde mais desejos de conhecer nossa fé. E claro, depois tudo se manifesta em nossa vida mediante a caridade, sobretudo em benefício dos que padecem mais necessidades.

Rorate Caeli: Isto nos leva à última pergunta. Vossa Eminência   mencionou muitas vezes a família no lar. Crê que eram proféticas as palavras de João Paulo II quando falava da Igreja doméstica?

Card. Burke: É claro que sim. Ele dizia que a Igreja nos chega por meio de nossa família, e é assim, nem mais nem menos. O próprio Cristo chega por meio de uma família. Foram palavras proféticas no sentido de que expressou uma vez mais o que a Igreja  entendeu desde o  princípio. O conceito de Igreja doméstica é muito antigo, e se voltou a se expressar no Concílio Vaticano Segundo. É uma terminologia muito antiga para se referir  à família. Foi profético no sentido de que expressou o que Deus   nos ensina sobre a família.

Rorate Caeli: Não temos mais perguntas para Vossa Eminência. Muito obrigado por ter-nos dedicado um tempo e por seu excelente serviço   à Santa Madre Igreja.

[Traduzido por J.E.F. Artigo original. Qualquer reprodução desta tradução deve levar um link deste artigo original em espanhol] Email this page

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