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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Cristãos, somos a alma do mundo (I)


Opinião: ReligionenLibertad.com


Cristãos, somos a alma do mundo (I)

Precisamos superar nossas diferenças, a fragmentação, amando-nos, reunindo-nos em torno da Eucaristia e seu significado. Porque partir o pão e compartilhar sua comida não é um ato individual, é a expressão máxima de vida em comunidade que há que refazer. E também na ordem da prática nos pode servir um ditado popular castelhano bem conhecido: "O toque Faz o carinho"

Josep Miró -  15 maio 2013 - religionenlibertad.com

Jean Monet afirmava que o ato humano por excelência era o da   união. Sabia o que  dizia porque ele foi um dos pais fundadores, junto com Adenauer, De Gasperi e Schuman, da reconstrução e unidade europeia que pôs fim a séculos de guerras e destruições. Eles foram a chave de um dos maiores   renascimentos da Europa, na paz, na convivência e no bem estar, um renascimento hoje estragado e em risco, porque o espírito inicial foi devorado pelo materialismo de voo galináceo.

Faz já alguns meses que começamos a  reunir  cinco pessoas que hoje  citamos: Carbonell, Cullell, Lopez Camps, Torralba e eu, convencidos de que era necessário trabalhar a fim de que nossa Igreja catalã ganhasse em união, em capacidade de diálogo interno, de entendimento e de trabalho compartilhado. Convencidos de que, para conseguir, só  havia que colocar em primeiro plano o sentido de pertença à Igreja e antepor o que nos une, que é muito mais que o que nos separa. Como trabalho visível nos propusemos levar a cabo a elaboração de alguns escritos, três até agora, que 'La Vanguardia' por meio de Enric Juliana tem a gentileza de publicar. E nos pareceu que também seria bom fazer-nos presentes os cinco, e oferecer nossos diversos pontos de vista desde a vocação de união no fundamental.

Hoje, no vértice da crise que tudo tem estragado destruindo a esperança, é vital permanecer unidos, é decisivo. É neste ponto onde nós apostamos na capacidade de enfrentar a adversidade e superá-la. Esta união  que nos é essencial nos faz falta em uma dupla vertente: a secular e a que afeta a nossa fé em Jesus Cristo morto e ressuscitado, uma fé vivida no  sentido de pertença à Igreja.

É esta segunda dimensão, a da união entre católicos,  que me quero referir. E começo dizendo que nos tempos seculares atuais, os da cultura da desvinculação, os da ausência de compromissos e entregas firmes, de  vida, a Igreja, que vive no  mundo apesar de não pertencer a ele, sofre desta contaminação cultural e moral que torna mais difícil ainda a união, necessária e urgente em benefício da própria Igreja, e também de toda a sociedade porque a confiança e a esperança dependem dela.

Para conseguir esta união devemos corrigir nossa perda de virtudes. Se postulamos o diálogo com os não crentes, o diálogo inter-religioso, o diálogo com os outros cristãos, não é uma contradição que escandaliza a incapacidade para dialogar entre nós que nos professamos católicos?  Não podemos dialogar entre nós, escutar-nos, acolher-nos? Estamos tão cheios de nós mesmos que não fica espaço para o irmão, que é o outro, porque não é igual a mim, não tem a mesma história, experiência, sensibilidade? E se não há espaço para o irmão, como podemos pensar que deixamos espaço para Deus que opera em nós?

A união dos membros da Igreja não é uma vocação mas um dever, porque a essência do cristianismo é o amor e ele é a forma mais elevada de vínculo, de união. "Eu vos dou um novo  mandamento: que vos ameis uns aos outros", "como Eu vos tenho amado, amai-vos vós". Isto nos manda Jesus Cristo por quem nos declaramos discípulos. "Pela estima  que vos amais conhecerão todos que sois meus discípulos". Com a mão no coração, sob este critério, os membros da Igreja catalã  podem  reconhecer como discípulos de Jesus Cristo? O amor que nós professamos é nosso sinal visível diante do mundo?

Precisamos superar nossas diferenças, a fragmentação, amando-nos, reunindo-nos em torno da Eucaristia e seu significado. Porque partir o pão e compartilhar sua comida não é um ato individual, é a expressão máxima de vida em comunidade que precisamos refazer. E também na ordem da prática nos pode servir um ditado popular castelhano bem conhecido: "O toque Faz o carinho". Se nos aproximamos, se fomentamos trabalhos compartilhados, se colocamos em  primeiro plano o que nos une, se nos escutamos e esforçamos em por-nos no lugar do outro, o conseguiremos, construiremos a união.

Nossa vida, nossa prática, deve ser coerente e consequente com a afirmação de que somos o Povo de Deus forjado na nova Aliança em Jesus Cristo. A Igreja deve fomentar ser escola e casa de comunhão (Novo milênio ineunte n º 43)  tecendo os vínculos eclesiais entre as famílias, paróquias, escolas e movimentos para viver intensamente o amor de Deus.

A Igreja, que é também de todos e de cada um de nós, deve recuperar sua capacidade educadora da fé e das virtudes para oferecê-las a todo o povo. Em nosso segundo documento fizemos referência à importância das virtudes na sociedade. Mas para levar a cabo bem esta tarefa necessitamos de uma maior união, portadora de confiança, e esperança, o que hoje todos nós mais necessitamos.

Josep Miró i Ardèvol, presidente do E-Cristians e membro do Conselho Pontifício para   Leigos

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