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Caminhada para o Céu

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Captain Phillips, o novo filme de Tom Hanks, retrata heroísmo do marinheiro católico.

aci prensa.com


VÍDEO: Captain Phillips, o novo filme de Tom Hanks, retrata heroísmo do marinheiro católico


WASHINGTON D.C., 20 Oct. 13  (ACI/EWTN Notícias).- Faz uns dias  estreou nos Estados Unidos o filme “Captain Phillips”, um intenso thriller baseado em fatos reais que narra o resgate do capitão de um barco cargueiro sequestrado por piratas no ano de 2009 na costa somali e retrata o heroísmo do comandante Francis Xavier Castellano, que assegura que sua fé católica o ajudou nessa dura prova.

Castellano esteve no comando do destróier USS Bainbridge, um navio de guerra americano, durante  a operação de sucesso que culminou em 12 de abril de 2009, na noite do domingo de Páscoa.

A história

O cargueiro Maersk Alabama foi sequestrado em 9 de abril de 2009. O capitão Richard Phillips –interpretado por Tom Hanks- salvou  sua tripulação e seu barco se entregando  como refém aos delinquentes. Os sequestradores armados com metralhadoras AK- 47 abandonaram o barco a bordo de um bote salva-vidas e durante três dias o mantiveram cativo.

O comandante Castellano –interpretado por Yul Vazquez– a bordo do navio Bainbridge perseguiu os piratas, entabulou comunicação com eles e tratou de acalmá-los. A tensão durou 72 horas.

Castellano, um ex-coroinha que agora serve como guia, leitor e ministro extraordinário da Comunhão, assegura que sua fé o ajudou nesse difícil momento.

"Não necessitas ser capitão de um navio de guerra, presidente de uma empresa ou algo do estilo para ser um herói”, expressou Castellano em uma entrevista aos Cavaleiros de Colombo.

“Cada dia podemos fazer algo, pouco a pouco, para seguir adiante e mostrar traços heróicos, somente sendo autênticos, homens católicos, homens de fé”.

“Creio que todos os pais são heróis para suas famílias”, disse Castellano.

“Seus filhos e esposas os admiram. Penso que nosso chamado ao heroísmo na vida cotidiana significa sermos membros permanentes da comunidade, defender o que cremos, sermos modelos a seguir como pais, e modelos a seguir para a comunidade, ajudando os mais necessitados e entregando-lhes nosso tempo".

“Ser pai é algo muito importante junto com as obrigações que isto implica o que inclui ser um modelo a seguir para teus filhos, ir à igreja, expressar tua fé, rezar com tua família, e estar aí quando te necessitem. Tu queres ser o melhor para teus filhos, e a melhor maneira de fazer isto possível é buscando ser um grande exemplo para eles”, acrescentou.

“Para mim, ser católico é muito importante. Durante a missão de resgate do capitão Richard Phillips, minha fé católica junto em ser um Cavaleiro de Colombo desempenharam um papel muito importante no que eu pensava, queríamos trazer o capitão Phillips de volta para casa para a segurança de sua família e resguardar o bem estar de todos”, acrescentou.

Castellano, longe de se considerar  um herói por sua participação no rescate, expressou sua admiração pelos marinheiros do Maersk Alabama que sem ter recebido  treinamento para este tipo de situações, puderam recuperar seu navio.


http://www.aciprensa.com/noticias/captain-phillipps-el-nuevo-filme-de-tom-hanks-retrata-heroismo-de-marino-catolico-55611/#.UootJdLUmAM

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

De católicos a pentecostais, depois anglo-carismáticos e outra vez católicos, com toda sua paróquia!

ReligionenLibertad.com

O padre Ed Meeks e sua esposa Jan: um itinerário peculiar

De católicos a pentecostais, depois anglo-carismáticos e outra vez católicos,  com toda sua paróquia!
De católicos a pentecostales, luego anglo-carismáticos y otra vez católicos, ¡con toda su parroquia!
Jan e Edward Meeks  passaram por várias igrejas antes de voltar à Igreja Católica

Pablo J. Gines/ReL- 21 novembro 2013-religionenlibertad.com

Todos os casos de pastores anglicanos casados que se  uniram à Igreja Católica através de um ordinariato anglo-católico implicam numa viagem espiritual e num sentido de "filho pródigo", mas o itinerário do padre Edward Meeks e sua esposa Jan é dos mais tortuosos, e sua acolhida na Igreja católica foi especialmente generosa.

E é porque ambos cônjuges do matrimônio Meeks se criaram como católicos e de fato foram católicos muito comprometidos.

Depois peregrinaram por 3 denominações protestantes distintas até que, com assombro e agradecimento, Ed foi ordenado sacerdote católico em 23 de junho de 2012; no dia seguinte ingressaram na Igreja Católica 140 paroquianos de sua comunidade anglicana, Christ the King (www.ctktowson.org, sob estas linhas, o hoje padre Ed mostra sua paróquia).



Um casal católico e generoso
O testemunho deste matrimônio o conta a esposa, Jan. E, 1977, ela tinha 26 anos, e Edward tinha 30. Estavam felizmente casados e tinham dois filhos pequenos. Edward e Jan se tinham criado como católicos. Ele inclusive foi seminarista uns poucos anos.

Sendo coroinha tinha sentido o "chamado" do altar. Mas deixou o seminário. Antes de casar-se, os dois jovens tinham colaborado como voluntários com o Lar Infantil São Vicente de Paulo. Neste ano eles começaram a acolher bebês "temporalmente" em colaboração com este lar infantil e com Catholic Charities, até que encontrassem uma família adotiva definitiva. Era muito difícil para Jan, que se afeiçoava muito com os bebês e chorava ao entregá-los.

Foi nessa época quando Jan escutou umas pregações gravadas da irmã Briege McKenna (religiosa irlandesa autora do popular livro "Os milagres existem"), que tocaram seu coração com sua exortação: "Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida, entregue-se completamente a Ele".

Jan foi uma cristiana "que cumpria", mas agora "meu coração ardia, Jesus estava nas Escrituras, na missa, nos sacramentos, em minha alma e eu não o tinha visto antes". Graças à pregação da irmã Briege McKenna, "essa noite entreguei minha vida completamente a Jesus".

Sua casa se abriu. Adotaram um dos bebês que cuidavam. Acolheram  uma garota grávida e seu bebê em seu lar durante mais de dois anos enquanto se reconciliava com sua família. E depois outras grávidas em apuros. Formaram parte do grupo de oração carismática de sua paróquia, onde aprenderam muito da Bíblia, oração e louvor.

Como então se afastaram da Igreja Católica?

Fé, entusiasmo... e confusão
Jan não dá muitos detalhes e se remete à época, muito confusa. "Os anos 70 estavam cheios de todo tipo de inovações litúrgicas e ensinamentos privados que estavam em contraste com o Magistério e as Escrituras. Ainda não tinha sido publicado o Catecismo da Igreja Católica e nosso renovado zelo por Deus superou nosso amadurecimento espiritual. Esses fatores, tristemente, nos afastaram da Igreja Católica", explica.

Na Assembleia  de Deus, uma das maiores denominações protestantes pentecostais, encontraram um ambiente muito de seu gosto: oração carismática e trabalho pró-vida de acolhida a crianças e grávidas com problemas.

Em 1985 fundaram um lar para adolescentes grávidas chamado Sparrow House (Casa do Pardal): Jan, Edward e seus 4 filhos viviam ali com as garotas e seus bebês. O pastor de sua comunidade encarregou  Edward para que trabalhasse neste serviço em tempo completo. Mesmo que um tempo depois a família deixasse de conviver na mesma casa que as garotas, trabalharam nesse ministério eclesial quase 25 anos.

Logo a  Assembleia  de Deus deu a Edward o título de ministro: era bom pregador e tinha capacidades pastorais e de administração. Usava essas capacidades para servir os demais e   sua comunidade cristã. Isso lhe enchia de alegria, mas notava que lhe faltava algo: ansiava  pela Eucaristia e a vida sacramental, algo que Assembleia  de Deus não podia dar.

Buscando algo carismático e litúrgico desta vez
Edward deixou suas tarefas eclesiais durante um ano de reflexão, trabalhando como executivo em uma empresa. E a família tomou a decisão de entrar em outra comunidade: a Igreja Episcopal Carismática.

Tratava-se de uma igreja similar na forma da anglicana (liturgia, bispos, sacerdotes, ordenações, vestimentas), com doutrina pró-vida e pró-família, e estilo e teologia carismáticos. Protestantes carismáticos com vontade de "algo litúrgico", ou anglicanos litúrgicos com desejos de "algo carismático", podiam chegar ali e sentir-se cômodos. Foi "ordenado sacerdote" por um bispo desta congregação e fundou uma comunidade na cidade de Towson em 1996 chamada Christ the King (Cristo Rei).

Ao passar dos anos, o reverendo Edward, sua família e toda sua comunidade de Christ the King foram refletindo mais e mais sobre o chamado de Jesus à unidade, e o papel chave da Igreja Católica nessa unidade.

Em 2008, toda Christ the King, com o casal Meeks à frente, se afiliaram como paróquia na Comunhão Tradicional Anglicana, uma rede mundial de comunidades anglicanas conservadoras que falavam de seu desejo de unidade com Roma.

O Papa Bento moveu a peça: os ordinariatos
E em 2009 chegou a surpresa: o Papa Bento XVI abriu uma porta especial para grupos de anglicanos que quisessem entrar em plena comunhão com a Igreja Católica mantendo aspectos de sua herança cultural e litúrgica, a constituição "Anglicanorum Coetibus", que permitia criar ordinariatos anglo-católicos.

Hoje existem três: um nas Ilhas Britânicas, outro na América do Norte e outro na Austrália, que somam vários milhares de ex-anglicanos, incluindo mais de duzentos antigos pastores e ministros.

Para os paroquianos de Christ the King era um sonho feito realidade. Edward foi o pastor que preparou  suas ovelhas para "cruzar o Tibre até Roma", a união com a Igreja que Cristo fundou sobre Pedro, o Portador das Chaves do Reino.

Em 2010 Edward pôs  sua comunidade para estudar os aspectos do catolicismo mais difíceis para os cristãos chegados de outras tradições: a veneração de Maria, a intercessão dos santos, a purificação após a morte que comenta São Paulo em suas cartas e os católicos modernos chamam de "Purgatório", o Primado de Pedro, etc...

Um caso complicado: eram ex-católicos
Em 2011, o reverendo Edward pedia formalmente seu ingresso no  ordinariato norte-americano como clérigo, mas parecia difícil que lhe concedessem.

Ele não era um pastor anglicano "de toda a vida" casado: era um ex-católico, que apesar de ter estado em outras igrejas e apesar de estar casado, pedia para ser admitido e ordenado como clérigo católico.

Mas, por outro lado, ele tampouco era um ex-padre, nem seu passado era o de um clérigo rebelde ao seu bispo católico: quando os Meeks se fizeram pentecostais eram simples leigos. E agora estavam há 15 anos liderando uma congregação que queria fazer-se católica em bloco.

A alegria de Jan, Edward e toda sua congregação foi grande quando de Roma chegaram três notas especiais: uma o dispensava do impedimento do cisma (por ser um católico que foi para uma congregação protestante); outra permitia sua ordenação apesar de ser um homem casado; a terceira concluía que nada impedia ordenar como sacerdote a Edward. Era uma resposta realmente generosa do  Vaticano à petição de um filho que voltava para casa e queria servir a Igreja como sacerdote.

Uma nova etapa
Aos 6 dias depois de receber as notificações, o bispo Mitchell Rozanski o ordenou diácono, e sete dias depois o cardeal Wuerl o ordenava sacerdote (a foto sob estas linhas recolhe a emoção do padre Ed).



No dia seguinte, toda a paróquia de Christ the King entrava em plena comunhão com a Igreja Católica.

Eram 140 pessoas: um terço tinham sido católicos em sua infância ou juventude e agora se reconciliavam com a Igreja Católica. Os outros eram de origens protestantes, ou inclusive mais diversos: o "Baltimore Sun" afirmava que a senhora Sheila Schmolitz, de 75 anos, e sua prima Anita Goldman, de 74, eram de origem judia, mas agora já eram católicas recém confirmadas. (Galeria de fotos desta ocasião AQUI).

"Sem exceção, os leigos católicos nos  receberam de braços abertos, em muitas ocasiões falei da reação local ao nosso retorno como filhos pródigos:  mataram o novilho cevado,  puseram um anel em nosso dedo", escreve Jan, muito agradecida (sob estas linhas, à direita; Jan Meeks, em oração, no dia em que a paróquia ingressou em  plena comunhão com a Igreja Católica; ao seu lado, sua filha e seu genro).



"Agora nossa paixão é animar os católicos que, como nós, por alguma razão ou outra deixaram a Igreja e desejam voltar de novo para casa. Em poucas semanas depois de serem recebidos como paróquia na Igreja, houve indivíduos e famílias que tinham estado longe da Igreja durante 30 anos que chegaram buscando reconciliar-se. Saber que também nós tínhamos deixado a Igreja e tínhamos voltado lhes dava certo nível de confiança ao aproximar-se de Ed para o sacramento da Reconciliação".

"Como fomos bem recebidos, também nós demos as boas vindas   àqueles que possam se sentir  inseguros, titubeantes ou assustados de voltar para casa, a Santa Madre Igreja", anima Jan. "Para nós é o momento de matar o novilho cevado, de comer e fazer festa e ficarmos alegres, porque encontramos o que estava perdido. Pode voltar para casa!"


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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

"Casa-te e seja submissa", e o hipócrita espetáculo.

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"Casa-te e seja submissa", e o hipócrita espetáculo

José Manuel Puerta Sanchez- 11 novembro 2013-religionenlibertad.com


Tenho de confessar que assisto nestes dias, entre surpreso e divertido, a la grotesca polêmica que  levantou a edição na Espanha do livro “Casa-te e seja submissa”. Outro capítulo do carnaval que, estando por trás o Arcebispo de Granada, tanto   gostam de lhe devorar os meios de comunicação de nosso país. Portanto, por mais que o ataquem e caluniem (inclusive gente que se diz “da Igreja”), ninguém poderá negar  a este Arcebispo coragem e audácia. Oxalá tivéssemos  muitos como ele.

Também digo  que ainda não li o livro (estou mesmo desejando que caia em minhas mãos). Curiosidades da vida, a primeira vez que tive conhecimento do mesmo, foi por minha própria esposa,  que achou chamativo o título, e que deu uma rápida folheada no conteúdo, adivinhando a boa aparência. Não   imaginei então que o assunto tomasse a relevância que  alcançou.

Mas assim é a Espanha. Editam um livro que é um sucesso de vendas na Itália, e aqui, em vez de ler para opinar com conhecimento (se é que neste país alguém ainda lê, incluindos os marionetes que ultimamente se metem a políticos com todo meu respeito à nobre profissão de marionete-), nós rasgamos as vestes e clamamos ao céu.
Já sabem, a ignorância, que é muito atrevida… Mais ainda com esse duplo padrão de medir, segundo o qual se toleram todo tipo de abusos de expressão e se olha com lupa o quanto faça a Igreja. É   porque é a única voz que chama a viver algo diferente, que clama pela Verdade, neste mar de hipocrisia que nos rodeia.

A cereja no bolo foi posta desde o PP da Andaluzia, exigindo ao Arcebispado de Granada a retirada imediata da edição. Aí fica isso. E é porque em nada foram capazes de se unirem  todos os partidos durante esta legislatura, até que  chegou este momento de querer lançar um sopapo à Igreja. Melhor assim, que tirem a máscara, não vá alguém seguir pensando que têm algo de cristãos.
Ainda que o panorama político espanhol desse para falar longamente. A saber: os da foice e do martelo, que ainda negam a barbárie dos católicos massacrados na guerra civil espanhola. Os do punho e da rosa, que de novo trazem como medida de sorte denunciar o Concordato com a Santa Sé (sim, estão de volta!).
E os das gaivotas, que com declarações como as que mencionava e,   temo que com a próxima lei do aborto, terminem retratando-se. Não sigo, que me perco.

Se você é cristão, e uns e  outros  meteram o gol de condenar o livro por seu título (que por certo, vem da Carta de São Paulo aos Efésios), o convidaria encarecidamente a ler antes de emitir juízo algum. E se pertence a essa maioria de pessoas para os quais a leitura é um luxo inalcançável enquanto existir a televisão, leia ao menos a interessantíssima entrevista da autora que se publicou em 'Religión en Libertad'. A mim me  encantou. Do livro, já lhes contarei…



José Manuel Puerta Sanchez

Nasci em Granada em 1982. Sou Engenheiro Técnico Informático, casado, pai e antes de tudo, filho de Deus. Pertenço a uma comunidade católica que me acolhe e suporta com paciência. Tento purgar meus muitos pecados nesta vida dedicando ao Senhor minha afeição pela escrita e pela música, servindo a Igreja de Cristo ali onde esta me necessite, lutando sem medo por fazer presente o Reino de Deus. Sou autor dos livros: “Relatos do povo de Deus” e “Contos de fé”.

José Manuel Puerta Sanchez, blognotengaismiedo@gmail.com, é autor, editor e responsável pelo Blog 'Não tenhais medo', alojado no espaço da web de www.religionenlibertad.com

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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Charles Maurras, um agnóstico incompreensível sem sua matriz católica.Monárquico sem sentimentalismos, defensor da ordem religiosa sem ter fé, foi um dos pensadores mais influentes de seu tempo.


ReligionenLibertad.com

Morreu em 16 de novembro faz sessenta anos.

Charles Maurras, un agnóstico incomprensible sin su matriz católica
Charles Maurras, um agnóstico incompreensível sem sua matriz católica

Monárquico sem sentimentalismos, defensor da ordem religiosa sem ter fé, foi um dos pensadores mais influentes de seu tempo.

José Maria Ballester / La Gaceta (Docs)- 12 novembro 2012-religionenlibertad.com

Nada nas origens familiares e sociológicas de Charles Maurras (1868-1952) deixava pressagiar que com o tempo se converteria em um dos mais importantes teóricos do pensamento anti-moderno, não só  da França, mas de todo Ocidente.

De Barrés a Dreyfus

Nascido no seio de uma família pequeno burguesa da Provença, estava projetado para ser um advogado ou comerciante em Marselha. No entanto, duas desgraças muito cedo –a perda de seu pai quando tinha oito anos e um problema de ouvido que acabou em surdez–  lhe serviram de estímulo para cultivar uns dotes intelectuais inatos. De início, os utilizou para afastar-se da fé que lhe transmitiu sua mãe.

Então as coisas, não é de estranhar que sua primeira grande referência fosse a Grécia clássica, cuja herança descobriu quando um jornal o enviou para cobrir os Jogos Olímpicos de 1896. Porém, a partir de um encontro com o escritor nacionalista Maurice Barrès, a principal paixão foi a França.

Sobretudo desde que estourou o caso Dreyfus, aquele oficial judeu falsamente acusado de espiar para Alemanha, cuja sorte dividiu a França em duas. Maurras se converteu no líder dos anti-dreyfus. E aproveitou a oportunidade para inventar o conceito de nacionalismo integral.


A Ação Francesa foi condenada por Pio XI em 1926, e Pio XII levantou a condenação em 1939. Rejeitou a herança da Revolução francesa
Em sua perspectiva, a decadência da França era atribuível aos quatro filhos inimigos, segundo ele, a Revolução de 1789: judeus, maçons, protestantes e democratas. A todos eles  atacou sem piedade. Especialmente aos judeus.

Um monarquismo e um agnosticismo algo especiais

A habilidade de Maurras consistia em combinar a violência verbal com a fineza intelectual. Seu nacionalismo integral transcendia a simples melancolia: era uma construção teórica cuidadosamente elaborada. Reacionário e tradicional, sim, mas com uma forte influência positivista –Maurras admirava  Augusto Comte– pois considerava que a política natural não está unicamente baseada na História e na herança, mas também na Biologia.

Este é um traço fundamental do pensamento maurrasiano. Outro é a instrumentalização de instituições  que não está especialmente unido. Por exemplo, a Igreja católica. Apesar de seu agnosticismo, para Maurras, a França não se entende sem sua matriz católica. O catolicismo tradicional, é claro, pois os democratas cristãos foram outros de seus alvos favoritos.

O mesmo cabe dizer de sua aposta pela restauração da monarquia. O monarquismo de Maurras não era sentimental mas pragmático. E conseguiu uma façanha: atrair para sua causa os muito liberais Orleans,  cujos sucessivos pretendentes teve sob sua batuta até que em 1937 o jovem conde de Paris rompeu definitivamente com ele.

Entre a glória acadêmica e o banquinho

A decisão dos Orleans apenas diminuiu a enorme influência que por essa época tinha Maurras na sociedade de gala: basta dizer que um ano antes foi eleito membro da Academia Francesa, instituição que não concede a qualquer um os escassos cadeirões livres dos quais dispõe. Porém nunca Maurras teria alcançado esse status sem uma poderosa estrutura.

Esta foi a Ação Francesa, nome que abarcava tanto o movimento político –como anti-parlamentaristas que eram e nunca se apresentaram às eleições– como no jornal. Nas páginas deste firmaram os intelectuais da direita  mais brilhantes da época, como Jacques Bainville –sua História da França se segue editando–, Leon Daudet ou Maurice Pujo.

A Ação Francesa teve êxito ali onde muitos outros fracassaram em um século e meio, ao saber seduzir o grande público educado no pensamento republicano, laicista e democrático. Maurras e seus intelectuais souberam aproveitar em benefício próprio a crise política e econômica os anos 20 e 30. Tudo ia de vento em popa até que Pio XI condenou suas ideias em 1926. Muitos católicos os abandonaram.

No entanto, o nítido distanciamento do germanófobo Maurras a respeito do nazismo –“o projeto racista é loucura autêntica”– fez que pouco antes da Segunda Guerra Mundial o Papa levantasse seu anátema. A alegria durou pouco tempo devido à torpeza de Maurras. Quando, em meados de 1940, chegou ao poder o marechal Philippe Pétain com a ideia de suprimir o legado republicano e restabelecer tradições eternas, Maurras acolheu o acontecimento com um: “Divina surpresa!”.


Reprovou os nazistas, mas ao terminar a guerra, por seu apoio a Pétain, foi  julgado e condenado à prisão perpétua. Porém sua germanofobia não podia tolerar a colaboração e a submissão aos nazistas. Daí uma atitude ambígua que, uma vez acabada a guerra, resultou em uma sentença de prisão perpétua e confisco de todas as honras, incluindo a cadeira acadêmica. Charles Maurras nunca voltaria a ser o mesmo.

Recuperou a fé ao morrer?
Nada mais se conhece de sua condenação, em 1945, Maurras, fiel a se mesmo, disse que se tratava da "revanche de Dreyfus". De pouco lhe serviu, pois passou na prática encarcerado a totalidade dos últimos sete anos de sua vida. Em princípios de 1952, o presidente Auriol  não foi à sua casa mas ao hospital. Ainda subsiste a dúvida  se abraçou a fé católica em seu leito de morte. Reconheceu ter dado "um passo para as coisas eternas". Mas   continuando disse aos teólogos que lhe rodeavam que deixassem de dar de beber a um burro "que tinha deixado de ter sede".

http://www.intereconomia.com/noticias-gaceta/cultura/francia-accion-20121110

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