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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A propósito de Dan Brown e sua queda anunciada.

Opinião de ReligionenLibertad.com


Josep Miró


A propósito de Dan Brown e sua queda anunciada

Dan Brown  escreveu um argumento que não é nada mais que um elefante se equilibrando sobre uma bola de bilhar, e o resultado, a queda anunciada

 
Josep Miró -  3 agosto 2013 - religionenlibertad.com

Foi publicada a última novela de Dan Brown e, como é habitual nos lançamentos de suas obras,  produzirem uma avalanche de comentários que despertam o interesse do leitor para que vá correndo comprá-lo. Advertimos,  que mesmo no caso de seu Código Da Vinci a observação teve escasso êxito, que se for comprado para ler se fará um péssimo negócio.
Estamos uma vez mais diante de um texto plano, literariamente vazio, do pior que se escreve no gênero do chamado ´best seller´. Neste caso o episódio que  escolheu para montar toda uma trama que acumula desordenadamente elementos supostamente desconhecidos reais ou inventados é o problema da população. O mundo terá nove bilhões de habitantes em meados deste século, que é uma cifra que impressiona, e aparece um homem, o doutor Zobrist, que através do terrorismo biológico tenta dar  uma solução. Trata-se de matar as pessoas para que não existam tantas.

É portanto uma novela que se inscreve no velho e reiterado gênero do estilo neo-malthusiano: "aqui sobra gente". Uma vez mais, a abordagem deste gênero realidade abrangente e a ficção é que ajuda a criar uma mentalidade perigosa para os congêneres humanos, que acabam vendo na descendência um virus mortal. Nosso país (Espanha) é precisamente um dos quais a epidemia faz maiores estragos, porque já se vê a gravidez como uma enfermidade de transmissão sexual e o aborto como uma terapia libertadora.

O que não se reflete nem é novidade é que o problema real da humanidade não é de hoje e de face ao futuro o crescimento demográfico mas o envelhecimento da população e o uso absurdo que se faz dos recursos naturais. É exato que em  2060 alcançaremos os nove  bilhões de habitantes, mesmo sendo possível que a previsão, como todas as que  vem fazendo as Nações Unidas, seja um máximo que nunca se alcance.

Mas, o que deveria acrescentar é a continuação  que praticamente todo este crescimento se concretiza em países em vias de desenvolvimento, o que faz pensar que se se cumpre a mesma lei demográfica que até agora se vem observando a partir do momento em que alcancem uma determinada renda se produzirá a diminuição da população.

Isto é perfeitamente visível na América Latina, no México, por exemplo, em alguns casos se levou um susto porque a queda foi brutalmente rápida. Também no Chile, que em cinco anos  passou de estar muito por cima da taxa de reposição para cair para  baixo dela.

Por consequência, a dinâmica sócio-econômica faz prever que aquele cálculo estritamente projetivo das Nações Unidas não se cumpra. Mas é que também este crescimento se redistribui de uma maneira terrivelmente irregular. De fato, a metade de tudo  se concentra só em oito países. Por um lado, no sub-continente indostânico: Índia, Paquistão e Bangladesh. Depois, três países africanos: Etiópia, República Democrática do Congo e Tanzânia, que são em termos relativos os que mais aumentam de uma forma extraordinária. China, mas o faz porque sua massa crítica atual é muito grande, mesmo sendo seu crescimento em termos relativos será muito pequeno (o problema de Pequim é que na metade deste século  o peso será da população em idade avançada e não da natalidade). E, atenção ao detalhe, Estados Unidos.

Isto faz prever que este século também será o século americano, porque combinará um alto desenvolvimento demográfico com potencial tecnológico e econômico extraordinário. Se estes crescimentos os ajustássemos pelo índice de consumo de recursos naturais, veríamos o tremendo desequilíbrio que também neste plano se produz. Portanto, falar de excesso de população não significa nada se não se têm em conta estas profundas diferenças. O que pode consumir um tanzaniano nada tem a ver com o que vai  consumir o nascido nos Estados Unidos.

Por outro lado, o Ocidente não só não ganhará população mas que a perderá, algo que compensarão os fluxos migratórios. Mas, em termos vegetativos, que são os que agora apontamos, surgirá uma redução. E o corolário final é este: o grupo da população que mais crescerá no mundo de agora até na metade do século é dos maiores de 60 anos.

Por isso, com cifras na mão, as pessoas sensatas apontam  que o planeta avança para um país de velhos, muito consumidores ou pouco, que isso dependerá de outras muitas causas. Se pensarmos em termos do conjunto da humanidade, o grande desafio é este, mesmo que  esteja caindo as pessoas não parecem demasiado predispostas a pensarem em termos globais ou em horizontes com quarenta anos a vista.

Em definitivo, Dan Brown  escreveu um argumento que não é nada mais que um elefante se equilibrando sobre uma bola de bilhar, e o resultado, a queda anunciada, não é nem tão sequer espetacular, é simplesmente aborrecida.

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