Trocando de roupa para o Banquete Nupcial

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Caminhada para o Céu

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Brilhavam os carismas extraordinários do santo irmão em luz tanto mais esplendorosa como o sol de um belo dia antes de se pôr projeta.



A VIDA PRODIGIOSA DE SÃO GERALDO MAGELA

CAPÍTULO XXI 

Os carismas celestes em seu esplendor 

A estada de Geraldo em Caposele, diz Tannoia, foi uma cadeia de milagres e magníficas virtudes. 

A vida terrestre do santo declinava-se para o seu término; sua saúde estava extremamente enfraquecida; todas as manhãs vomitava sangue, e ele, em sua extraordinária paciência, não o comunicava a ninguém. Sua vida austera e trabalhos contínuos contribuíam para a destruição do organismo. 

Em Caposele como em Iliceto Geraldo era sempre pronto a socorrer e ajudar a todos. Embora o serviço da portaria lhe tomasse quase todo o tempo, trabalhava na alfaiataria ou ajudava os outros irmãos leigos nos serviços domésticos. Diante de sua vontade férrea que não fugia das mortificações, jejuns, flagelações, vigílias e outros exercícios de penitência, seria um milagre se seu corpo fraco e doentio não caminhasse depressa para a dissolução. 

Enquanto as forças corporais diminuíam sensivelmente brilhavam os carismas extraordinários do santo irmão em luz tanto mais esplendorosa. Como o sol de um belo dia antes de se pôr projeta, os mais deslumbrantes raios sobre a terra e atrai os olhares de todos pelos esplendor purpurino de que se circunda, justamente no momento em que está para se esconder no horizonte, assim a alma de Geraldo parecia ter reservado para o último tempo os mais belos raios da sua magnificência. 

Todos os carismas celestes, que tantas vezes tivemos ocasião de admirar, mostram-se agora em redobrado esplendor, apresentando novas modalidades; a sensação do amor infinito que o Senhor concretizou no mistério do altar, o terno e filial recurso a Maria, fonte das graças, o conhecimento das verdades da fé, o poder sobre a natureza, a intuição dos corações, tudo isso encontramos, em grau eminente, no nosso santo no último período da sua vida. 

Sempre mais ardente tornou-se o seu amor ao SS. Sacramento e a ânsia de receber a santa comunhão. Mais freqüentes tornaram-se as visitas a Jesus Sacramentado e mais íntimos e ternos os seus entretenimentos com o Prisioneiro dos tabernáculos . As horas silenciosas da noite, que Geraldo gostava de passar aos degraus do altar, foram ainda mais aproveitadas, e durante o dia parecia ele disputar aos seus trabalhos momentos que pudesse empregar na visita ao SS. Sacramento. À vista da hóstia consagrada caía em êxtase, ou esquecia-se do mundo não podendo já conter os seus soluços e outras manifestações de intenso júbilo. 

Como isso perturbava a comunidade, o Pe. Cajone chamou-o à ordem. Geraldo não se desculpou; tomou a mão do reitor, colocou-a sobre o peito como que a dizer: “Vede, meu padre, se é possível outra coisa”. Cajone sentiu a forte palpitação do coração de Geraldo admirando-se de como podia ele suportar tão violentas pulsações. 

Aludindo a esse fogo interno, disse uma vez Geraldo a Santorelli: “Se estivesse no topo de uma alta montanha, incendiaria o mundo com os meus suspiros”; colocando o médico a mão sobre o coração do santo, notou que ele pulsava como se quisesse saltar fora do peito. 

Esse fenômeno manifestava-se geralmente na hora da santa missa, mormente quando fazia, a um canto, a sua ação de graças após a comunhão. Ficava como que preso na igreja, sem poder sair, dizendo entre suspiros: “Dulcíssimo Jesus, não vos separeis jamais de mim; chamais-me louco! ah! eu não o sou; vós é que o sois! Vós um Deus infinito aqui permaneceis encerrado dia e noite; e que podeis ganhar de uma tão miserável criatura? E eu, quanto não posso lucrar em vossa companhia, ó meu Redentor?” 

Aludia Geraldo nesses desabafos às palavras de Jesus, que, como outrora também agora lhe dirigira chamando-o de louco. Passando o santo, uma manhã, perto do tabernáculo sorriu alegremente, como o notou Cajone que se achava na igreja. “Porque rides assim?” perguntou-lhe o reitor. “Jesus disse-me que sou louco, respondeu o Irmão, e eu disse que ele o é ainda mais porque me ama tanto”. 

Para não prejudicar os seus trabalhos Geraldo passava, às vezes, como uma flecha diante do altar. A Santorelli que lhe perguntara o motivo porque se apressava tanto diante do Santíssimo, respondeu o santo: “Que posso eu fazer, já mais de uma vez Jesus pregou-me uma peça, tenho medo que me torne a pregar outra”. 
Santorelli teve ocasião de se convencer pessoalmente desse temor do santo. Uma vez caminhou com Geraldo pelo centro da igreja; o santo ajoelhou-se diante do Santíssimo para uma breve visita, e Santorelli afastou-se. Ainda não era este chegado à porta da igreja quando ouviu um grito penetrante. Virou-se para trás e viu Geraldo sem sentidos estendido no chão. Também outras pessoas acorreram alarmadas e rodearam o irmão. Ao voltar a si o santo sentiu-se acanhado no meio de tanta gente e cabisbaixo retirou-se. 

No dia seguinte Santorelli encontrando-se com ele no corredor da casa, sorriu; Geraldo compreendeu o sorriso e disse: “Não vos disse já, que  não se pode brincar com Jesus? Vede como ele me pegou, embora lhe tivesse dito apenas poucas palavras”. 

Com o amor do Filho cresceu também no coração do santo o amor da Mãe. Uma vez Santorelli perguntou-lhe casualmente se amava a SS. Virgem, ao que Geraldo respondeu: “Meu caro doutor, vós me afligis! mas que pergunta?” e para não manifestar a chama que ameaça abrasá-lo retirou-se depressa. 
Uma outra vez durante o recreio suscitou-se uma santa contenda entre Geraldo e o Pe. André Strina, admirado por todos por causa de sua devoção ardente para com o Menino Deus. Geraldo provocando-o disse: “Meu padre, vós não amais o Menino Jesus!”   

O Pe. Strina usando a mesma arma replicou: “E vós, irmão, não amais a Madona!” Ambos foram atacados em seu lado fraco, mas o irmão — mais sensível do que Strina, ficou como que fora de si à recordação do seu amor à SS. Virgem; tomou o Pe. Strina, abraçou-o, ergueu-o e pouco faltava para os dois se abismarem em profundo êxtase. 

A intimidade com o réu intensificava sempre mais a ciência sobrenatural de Geraldo. “Os sábios do mundo, disse Bozzio, emudeciam em sua presença e confundiam-se diante dele, que embora não fosse um douto hauria seus conhecimentos da fonte viva do Salvador e não dos pantanais da sabedoria humana. Daí compreende-se como profundos teólogos ficavam em apuros discutindo com ele. Em seus lábios os mais obscuros mistérios se aclaravam; nenhum teólogo ou cientista podia seguir-lhe os pensamentos, quando inebriado do amor divino se abismava nos mistérios do Altíssimo”. 
Semelhantemente externa-se Santorelli sobre a ciência admirável do santo. 

“Quando o Irmão Geraldo se punha a falar de coisas divinas, sabia tornar compreensíveis os mais difíceis assuntos e apresentar com clareza e precisão os mais obscuros. Em minhas palestras com ele, admirava-me vendo um pobre irmão leigo sem estudos penetrar em tão profundos mistérios e explicá-los com tanta facilidade”. 

José de Lúcia então estudante em Caposele e mais tarde arcipreste em São Fele, narra o seguinte: “Entrei em palestras teológicas com o Irmão Geraldo, e ele deu-me explicações tão claras e precisas sobre ‘Encarnação e a SS. Trindade’, que Santo Agostinho e São Tomás não poderiam dar melhores”. 

Um jovem sacerdote de Muro, que acabara de completar os seus estudos teológicos e era um tanto enfatuado, pavoneando-se dos seus próprios conhecimentos, não queria acreditar na ciência extraordinária do seu conterrâneo. Poucas perguntas do santo sobre pontos da ciência sagrada, foram bastante para colocá-lo em grandes apuros: calou-se e não pôde mais proferir palavras: “Caro conterrâneo, disse-lhe Geraldo caridosamente, estudastes, sim, a teologia, mas nem por isso sois ainda teólogo. Essa ciência só se consegue pela humildade e oração”. 

“É admirável, diz Tannoia, ter sido Geraldo um teólogo sem estudos feitos, porém mais assombroso é o fato de Geraldo poder formar teólogos, isto é, de comunicar de certo modo aos outros o  que ele mesmo possuía”. 
Um outro sacerdote de Muro, Donato Spicci, que ouvira dos lábios de Geraldo a explicação do início do Evangelho de São João, experimentou-o em sua própria pessoa. Viu um dia sobre a mesa de Geraldo a biografia da venerável Irmã Maria Crucifixa a quem Geraldo muito venerava. Donato abriu o livro e achou o capítulo que trata da “solidão no Calvário”. Leu o título em voz alta; Geraldo interrompeu-o dizendo: “Isso não é para vós” e a sorrir continuou: “Sois teólogo mas não compreendeis o sentido dessas palavras”. E de fato, por mais que o sacerdote refletisse não atinou com o sentido delas. Depois de uma breve pausa exclamou: “Mas este livro não está escrito em francês nem em hebraico; quem tiver um pouco de inteligência deve compreendê-lo forçosamente!” — Bem, lede-o, replicou o santo, e explicai-me o que a santa quis dizer. “Donato leu e releu muitas vezes o trecho; pretendendo comentá-lo gaguejou e pronunciou palavras sem sentido. 

Santorelli, que se achava presente, não pôde conter o riso. Donato, todo enfiado, mostrou-se ofendido com isso. Geraldo disse-lhe com bom humor: “Caro Donato, não se esforce mais”, fez-lhe sobre a fronte o sinal da cruz e continuou: “Lede agora, que compreendereis e podereis explicar tudo”. Donato não teve mais dificuldade na explicação do texto. 

Coisa semelhante sucedeu a um outro sacerdote fidedigno a respeito de diversas passagens em um livro do venerável Palafox. Comunicando a Geraldo essa dificuldade, o irmão fez-lhe sobre a fronte o sinal da cruz dizendo: “Em nome da SS. Trindade, le-de”. A força intelectual do sacerdote elevou-se, e ele compreendeu perfeitamente o que antes lhe parecia incompreensível, e com facilidade e prontidão pôde explicá-lo também aos outros. 
A intuição dos corações, da qual já temos tido ocasião de falar muitas vezes nesta biografia, não cessou neste último período da vida do santo. 

Estava uma moça para deixar a igreja após a santa comunhão, quando Geraldo a chamou e lhe perguntou: “Porque é que viestes aqui?” — Para confessar-me! — “Sim, mas não vos confessastes bem”, e a seguir mencionou-lhe os pecados que ocultara, por vergonha, na confissão. A moça atônita e contrita, fez logo uma sincera e detalhada confissão. 

Diversos homens de Castelgrande foram a Caposele para os exercícios espirituais, entre eles um tal Francisco Mugnone. Em um passeio no jardim do convento encontrou-se com Geraldo que, fitando-o seriamente, lhe disse: “Francisco, fizestes uma boa confissão?” Ao receber resposta afirmativa o santo replicou: “Não é verdade, a vossa confissão não foi boa; vede quem está atrás”. Mugnone voltou-se e viu o demônio. O seu susto foi salutar, renovou sua confissão e recebeu dignamente a santa comunhão. 

Uma infeliz mulher conseguiu enganar diversos sacerdotes fingindo-se possessa, para mais facilmente ser por eles auxiliada. Há mais de seis semanas esforçavam-se para expulsar um demônio, que lá não estava. Geraldo, ao ouvir o caso, afirmou não haver lá caso de possessão; ao encontrar-se com a tal possessa chamou-a à parte e disse-lhe: “Essa história vós a fazeis por este e aquele motivo, mas eu vos digo: Deixai essas brincadeiras, porque do contrário vos hei de desmascarar”. Desse momento em diante cessou a possessão e a culpada corrigiu-se completamente. 

A admirável visão do santo ao longe, demonstra-a o fato seguinte: Uma rica senhora, Cândida Fungaroli, era-lhe muito afeiçoada e Geraldo podia, sem temer escândalos, comunicar-lhe seus pequenos desejos. Pediu-lhe umas peças de seda branca para a confecção de um mantozinho para o cibório. Cândida prometeu-lhas, procurou-as mas não sendo possível encontrá-las resolveu cortar o seu vestido de núpcias, que não pretendia mais usar. No dia seguinte, encontrando-se Geraldo com ela disse-lhe, sem pre-âmbulos, que não precisava cortar o vestido, mas que continuasse a procurar. 

Cândida ficou surpreendida, porque não havia comunicado a ninguém o seu intento. Chegando em casa, tornou a procurar e encontrou de fato o que antes procurara em vão. Quando Geraldo apresentou o pano ao superior, este julgando-o suficiente para dois mantozinhos, mandou a Geraldo que os confeccionasse. Obediente em tudo o santo quis executar a ordem, mas convenceu-se logo que o pano não bastava para as duas peças. Foi comunicá-lo ao reitor: “Não há remédio disse este, é preciso fazer dois, experimentai outra vez”. 

Geraldo voltou à oficina e pôs-se ao trabalho. Mediu novamente o pano, porém em vão; dava apenas para um mantozinho. Geraldo aconselhou-se com um amigo, que examinou o pano e chegou a mesma conclusão de Geraldo, exclamando por fim: “Ninguém está obrigado a fazer o impossível”. Geraldo porém não se satisfez com isso. “Quanto a mim, disse, devo obedecer e sem demora; em se tratando de uma coisa de Nosso Senhor, é ele que deve auxiliar”. Dito isto ajoelhou-se, ergueu os olhos ao céu e rezou. Depois, tomando a tesoura em uma das mãos e a medida na outra, começou a cortar o pano. O resultado foi que Geraldo fez o impossível, obteve quatro partes iguais, tendo cada uma o seu desenho como se tivesse sido cortada do centro de uma peça. 

O dom dos milagres, que se provou nesse caso, tornou-se mais freqüente e assombroso nos seus últimos dias. Mencionemos apenas alguns. 
Um estranho hospedou-se, de passagem, no convento, onde foi atacado de violenta dor ciática. Aflito por causa da ausência dos seus parentes naquela ocasião, cobriu-se de tristeza chegando a chorar de dor. Ao ouvir do ocorrido correu Geraldo em visita ao enfermo. Animou-o à confiança na SS. Virgem e fez-lhe o sinal da cruz. No mesmo momento cessaram as dores. O homem curado, tomado de intenso júbilo e de gratidão para com Deus e seu servo, desejou ansiosamente que passasse depressa a noite, cujas horas lhe pareciam séculos, para narrar à comunidade o que lhe sucedera. 

Uma outra cura foi por Geraldo, se não completamente realizada, ao menos iniciada e, por assim dizer, garantida. Um operário de Muro por nome Alexandre Fafilli tinha um filho de dez anos atacado de escrófulas, contra as quais se mostraram impotentes todos os recursos humanos. O pai, como último re-curso, resolveu dirigir-se a Deus, prometendo fazer com o menino uma romaria a Nossa Senhora de Monte Vergine. De caminho passou por Caposele, onde visitou o santo e lhe apresentou o menino enfermo. Geraldo compadecido molhou de saliva o dedo e tocou a garganta do pequeno, com o que imediatamente se diminuíram as dores. “Ide, disse Geraldo, fazei a romaria, que a Madona vos concederá a graça desejada”. E assim foi, porque o menino voltou são para casa. 

Favor mais assinalado ainda prestou Geraldo a um tal Januário de Liguori. Gravemente enfermo, havia este perdido os sentidos e esperava já à última hora. Isso e mais ainda a circunstância de que Januário há muitos anos não recebia a santa comunhão, encheu de aflição a todos os parentes. Chamaram Geraldo pedindo restituísse ao enfermo, com suas orações, o uso dos sentidos, ao menos uns instantes para ele fazer a sua confissão. Geraldo, acorrendo sem demora, inclinou-se rezando sobre ele e roçou sua face sobre a do moribundo nos seus estertores. Januário abriu os olhos em perfeito estado de espírito na presença dos parentes e do médico Santorelli; confessou-se, comungou, recebeu a extrema unção, vindo a falecer com resignação cristã alguns dias depois. 

Ainda mais notável é o seguinte. Rosa Marolda, parente do arcipreste Marolda de Muro, cegara em conseqüência de uma enfermidade. De nada valeram os medicamentos empregados. Como a enferma tinha grande confiança em seu santo conterrâneo, pediu ao Pe. Donato Spicci que, ao voltar do retiro em Caposele, lhe levasse qualquer objeto pertencente a Geraldo. O sacerdote, ao despedir-se do santo, deu o recado, pedindo-lhe que satisfizesse o desejo de Rosa. Geraldo opôs-se a princípio dizendo que Deus queria santificar a enferma que se devia conformar. 

Mas Spicci não se deu por satisfeito e instou com o santo, que permaneceu inabalável em sua negação declarando que Deus não queria a cura imediata da enferma, a quem bastavam as consolações hauridas da Paixão de Jesus. “Não deixarei a casa enquanto não me derdes alguma coisa para ela” replicou Spicci pedindo sempre. Geraldo foi à cela, tirou uma garrafinha d’água e entregou-a ao padre dizendo: “Dai-lhe isto, mas que ninguém fique sabendo”. Donato cumpriu a ordem recebida. A cega sentiu melhoras já na primeira vez que banhou os olhos com a água, oito dias depois estava completamente curada. As pessoas, que ignoravam o remédio do santo, admiraram-se da perícia do médico. Rosa porém, que bem sabia quem a havia curado, exclamou: “Dê-se glória a Deus que me concedeu esse favor”. 

No meio de tantos carismas e portentos Geraldo permaneceu humilde, sem alterar a modesta opinião que tinha das suas virtudes e capacidades; confundia-se com os favores do céu, e sentia-se torturado com as distinções humanas; ocultava-se sempre que percebia sombra delas. 

Os senhores de Filippi em Serino ardiam em desejo de conhecê-lo. Sabendo disso Geraldo, indo a Serino, procurou evitar qualquer encontro com eles, indo hospedar-se no hotel. Quando esses senhores, amigos da Congregação, souberam que havia no hotel um irmão leigo redentorista, mandaram-no buscar e assim, sem o esperar, viram a quem tanto desejavam. Geraldo porém não se traiu; portou-se de tal forma que os senhores de Filippis ficaram conhecendo o servo de Deus sem o reconhecerem. 

Em sua grande humildade o santo invejava os pobres; desprezados do mundo e por ele maltratados, parecia-lhe estarem mais perto de Jesus Cristo. 
Observou um dia um pobre estafeta todo ensopado e coberto de lama: “Como eu seria feliz, exclamou, se tudo me faltasse e eu fosse como este pobrezinho, que por causa de um pedaço de pão tem de sofrer o desprezo do mundo, e eu — e eu...” Não pôde terminar a frase e prorrompeu em soluços. 

Geraldo desejava ardentemente fugir das honrarias e distinções humanas e viver e completa solidão. Os confrades ouviram-no queixar-se um dia: “Ó Senhor, operais tantas coisas em mim e logo as manifestais a todos; porque não as conservais ocultas?” “Meu Senhor, exclamou em outra ocasião, quem sou eu para vos manifestardes em mim? basta-me a vossa vontade em tudo”. — “Ó vontade divina, acrescentou, ó vontade divina! oh! quanto é feliz quem não deseja senão a vós!”  

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